Autora: Lucinda Riley / Tradutora: Fernanda Abreu (Arqueiro)
1998 – Emilie de La Martinières cresceu sozinha; apesar da riqueza ela perdeu o pai a quem adorava aos catorze anos, e foi completamente ignorada pela mãe socialite por toda sua infância e juventude. Quando sua mãe morre e ela herda a casa da família em Paris, o castelo na Provença, e as dívidas acumuladas pelos anos de excesso de sua mãe, Emilie sente-se distante da história de sua família, e planeja desfazer-se de tudo para quitar as dívidas e transformar o restante em renda.
1944 – Quando o marido de Constance Carruthers vai lutar na Segunda Guerra Mundial, poucas semanas após seu casamento, ela decide aceitar uma oferta de emprego no MI-5 (organização britânica de inteligência).
Por quatro anos ela vive com medo de receber um telegrama informando que seu marido havia desaparecido em ação. E o maldito telegrama chega. Com sua experiência trabalhando para a inteligência britânica, ela bem sabe que as chances de seu marido ainda estar vivo, estando desaparecido há dois meses, diminuem a cada dia. Desesperançada, ela já não se importa em viver ou morrer. Cheia de coragem, ela aceita uma oferta para trabalhar como espiã para a Seção F, que tem o único propósito de frustrar as operações Nazistas na França, fragilizando o regime de Hitler no país.
Embora as vidas das duas mulheres sejam separadas por décadas, a conexão entre seu pai e Constance ajudará Emilie a encontrar seu caminho e sentir um profundo orgulho de sua herança.
Depois de uma simpatia inicial por Emilie, que perde sua mãe logo na primeira página do livro, passei a sentir um certo antagonismo enquanto ela permanece num estado de torpor paralisante. Ela conhece o charmoso Sebastian, e permite que este completo estranho assuma o controle de sua vida, ele até passa a tomar decisões financeiras por ela. Será que ele tem boas intenções? A confiança irrestrita de Emilie, e sua total falta de determinação, me exasperam. Eu queria dar um chacoalhão na fofa e gritar: “Fica esperta!”
Connie, por outro lado, me encantou logo de cara. Torci por ela a cada passo do caminho. Após um período de treinamento intensivo com outros espiões na Inglaterra, ela é enviada a Paris para se juntar a uma rede secreta de espionagem, no entanto, a tal rede foi descoberta e ela deve se esconder na casa de Édouard de La Martinières. Seus contatos garantiram que ele é um aliado da sua causa, mas ela chega a sua casa e dá de cara com oficiais nazistas de alto escalão. Quem é este homem? Ela quer se juntar aos seus companheiros espiões em ação, porém, acaba se tornando o centro das atenções de Falk von Wehndorf, poderoso coronel alemão, responsável pelo desmantelamento de vários esforços dos aliados na França. Contra sua vontade, ela deve ficar sob as ordens de Edouard, e aceitar os avanços abusivos de Falk para evitar expor os segredos do francês influente.
Ambas as narrativas evoluem em paralelo, e conforme Emilie faz sentido do misterioso passado do seu pai, ela finalmente toma o controle da sua vida. Ela muda gradualmente sua atitude passiva, e por consequência minha percepção sobre ela. A Luz Através da Janela é o primeiro livro de Riley que leio, e admirei a capacidade da autora de navegar dois extremos e construir personagens intrigantes.